Por quem ladras tu, ó, cão sem dono?
Pela vida. Pela liberdade.
Pela sorte. Pela morte.
A cidade é seu quintal.
Cada canto. Cada pranto. Cada praça.
– Passa, passa. Não tem raça – grita a madame.
Acha graça. Faz pirraça.
Vira a lata. Vira a noite.
À procura de um almoço, um osso.
Tem dia que não come.
Não tem nome.
Mas por que teria?
Se não tem quem o cria.