sábado, 29 de dezembro de 2012

Cão sem Dono


Por quem ladras tu, ó, cão sem dono?
Pela vida. Pela liberdade.
Pela sorte. Pela morte.
A cidade é seu quintal.
Cada canto. Cada pranto. Cada praça.
– Passa, passa. Não tem raça – grita a madame.
Acha graça. Faz pirraça.
Vira a lata. Vira a noite.
À procura de um almoço, um osso.
Tem dia que não come.
Não tem nome.
Mas por que teria?
Se não tem quem o cria.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Sono

Sonhei que perdi o sono.
Acordei e perdi o sonho.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Escala da vida

O músico trabalha de sol a sol.
Sua escala nunca cessa.
Trabalha.
Sem dó nem piedade.
Cidade?
Lá e cá.
Parte gosta e parte atura.
De minuto em minuto, um sustenido é banido.
Um menor, abandonado e um tempo perdido.
Com passos curtos, caminha à vida.
Confusa e semifusa.
E muitas vezes, sem ganhar uma nota.